CRIME ESCLARECIDO

PC esclarece mistério de corpo carbonizado
Por Mário Sérgio

A Polícia Civil capturou na manhã de ontem assassino que carbonizou a vítima em um terreno baldio no dia 1º desse mês no bairro Manoel Mendes. O servente-geral José Roberto Inácio, 20 anos, confessou o crime, confirmando as suspeitas da delegada de Homicídios, Ludmila Perfeito, que já haviam sido publicadas pelo Jornal da Manhã na edição de segunda-feira (18). O corpo carbonizado é do desempregado Paulo César Silva Pereira, 23 anos, que estava desaparecido desde 27 de julho desse ano.
A suspeita de que o corpo era de Paulo César surgiu após a família registrar na última quinta-feira (14) o desaparecimento. Ele teria sido visto pela última vez na Parada Gay de Uberaba. Pela proximidade das datas, os agentes da Delegacia de Homicídios acreditaram que os crimes poderiam estar ligados.
Conforme revela a delegada Ludmila, as investigações em cima de José Roberto se iniciaram após ele ter sido apontado por algumas pessoas como o atual namorado da vítima, que era homossexual. "Ele percebeu que estava sendo investigado e, na segunda-feira (18), veio até a delegacia, querendo saber o que estava acontecendo. Na ocasião, ele negou ser namorado de Paulo César, revelando que eram apenas amigos, há aproximadamente seis meses, e que não o via há mais de um mês."
Mesmo assim, as investigações continuaram, principalmente após a família perceber que alguém estava realizando saques na conta de Paulo César. "Esses saques eram quase que diários e com valores que variavam entre R$ 400 e R$ 1 mil. Fomos até a agência bancária, assistimos às imagens do circuito interno e constatamos que José Roberto era quem realizava os saques", conta Ludmila. Após a confirmação, os agentes foram ate a casa do autor, que confessou ter matado Paulo César, queimado o corpo e realizado os saques.
Durante esclarecimentos, José Roberto revelou que matou a vítima para roubar seu dinheiro, depois de constatar que – mesmo desempregado – Paulo César possuía aproximadamente R$ 40 mil que havia reunido de seus empregos anteriores e estavam guardados na referida conta.
Sobre o crime, o autor revelou que Paulo César foi morto por volta de 22h do dia 31 de agosto, na casa da vítima. Para assassinar o "amigo" foram utilizados uma barra de ferro, que causou um ferimento profundo no crânio, e um revólver, de onde foram disparados aproximadamente três projéteis.
O autor revelou ainda que já era madrugada quando colocou a vítima, sem vida, no porta-malas do carro, foi até um posto de combustíveis, comprou dez litros de gasolina e se dirigiu ao terreno baldio no bairro Manoel Mendes, onde desovou o cadáver e ateou fogo. O autor revelou ainda que, após isso, foi para casa, tomou um calmante e dormiu. Já no dia seguinte retornou à residência da vítima e lavou o chão com soda, na tentativa de eliminar pistas.
Com o dinheiro que sacou das contas de Paulo César, o autor comprou um carro, modelo Escort, no valor de R$ 7 mil, vários aparelhos celulares, roupas e uma bicicleta. Todos os objetos foram apreendidos pela polícia, como também o par de chinelos que usava no momento em que foi capturado, que revelou ser o mesmo utilizado no dia do crime.
Mesmo o autor revelando detalhes da ação, a delegada salienta que as investigações continuam, para saber se houve o envolvimento de outras pessoas no caso.

Fonte: Jornal da Manhã
http://www.jmonline.com.br/?canais,8,08,505,Polícia

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