Universidade Estadual de Goiás ganhará núcleo GLBT

Universidade Estadual de Goiás ganhará núcleo GLBT

O universitário Neuber dCastro, 21, que cursa segundo ano em Tecnologia em Redes de Computadores, da universidade estadual de Goiás está a frente da criação do núcleo GLBT dentro da faculdade com objetivo de levar as discussões sobre sexualidade e políticas afirmativas para as salas de aula e também atualizar o conteúdo de algumas disciplinas. A criação do núcleo ainda é embrionária e está em fase final de concepção, mas por um furo a informação chegou a este Blog e nós entrevistamos Neuber, confira trechos da conversa:

1) O que te motivou a criar um núcleo GLBT dentro da UEG?

Somos motivados, pois, segundo os estudos do antropólogo Kelsin, de que 10% da população seja homossexual, dos 40 mil estudantes da UEG, é possível que no mínimo 4 mil sejam glbt, somos a universidade mais interiorizada de Goiás contendo Unidades Universitárias em 39 cidades, sendo 41 Unidades, isso sem contar os pólos universitários. Assim somaríamos então a maior comunidade universitária glbt e a mais interiorizada, ou seja, cada um com problemas em sua cidade e UnU/Polo, e, de certa forma, sofrendo muito mais preconceito do que em cidades grandes, embora a UEG esteja em cidades como Anápolis e Goiânia, a maioria das cidades encontram-se em cidades que geralmente não somam nem 40 mil habitantes, onde "todo mundo conhece todo mundo" e que a ocupação da cidade é "preocupar com a vida dos outros e esconder a sujeira de casa embaixo do tapete". Mas cada um tem uma história de vida diferente, conseguindo seu espaço ou sofrendo cada vez mais em sua cidade, precisamos nos reunir, nos organizar e compartilhar experiências, discutir idéias, atitudes, protestos, apoio... Por isso estamos nos organizando e queremos ser a maior Comunidade Universitária GLBT organizada.

2) Você está sozinho nessa empreitada?

Não, não estou sozinho nesta empreitada, mas como ainda não foi nada organizado sobre cargos e comissões, então prefiro não revelar nomes ainda.

3) Como a reitoria recebeu sua iniciativa? Eles estão apoiando?

Como já disse antes, era para não vazar sobre a criação da UEGLBT, então, com o Reitor, ainda não foi nada oficializado, e muito provavelmente ele ainda nem sabe.

4) Quais são as políticas que você pretende implementar no campus?

Pretendemos, principalmente, levar o debate GLBT pra dentro das salas de aula, afinal somos cursos de graduação, pós-graduação, uma grande parte de licenciatura, então para a UEG também possa formar profissionais que saibam lidar com a diversidade, pois estamos vivendo uma universidade que só busca memorizadores de informação e não cumpre seu papel social, pois investe muito pouco em pesquisa e extensão, com o ensino defasado. Vemos essa necessidade, pois, um profissional formado na área de Pedagogia (por exemplo), lidando com crianças que sejam, aparentam ou já sofrem preconceitos por talvez serem homo, como tal profissional lidaria com essa realidade? Como ele trataria do assunto tanto com o próprio aluno quando com os coleginhas? E como seria tratados isso com os pais? Então, implementar assuntos GLBTs na Universidade. Mas não só isso, lutar contra a violência e por políticas afirmativas GLBTs, pois invisibilidade de universitários homossexuais e bissexuais em Goiás impede que a discriminação e preconceito sejam discutidos abertamente neste espaço acadêmico.

5) Já está pensando nas ações para representar o grupo durante a Parada?

Sobre a parada, precisamos nos reunir ainda para discutirmos sobre, entre outros, este assunto.

Entrevista realizada pelo portal do sexo: http://z003.ig.com.br/ig/36/03/104707/blig/backstage/2007_29.html#post_18901592